Ao som de "Nem um dia", Djavan
Meu celular tocou no criado ao lado da cama e, se não estivesse com muita preguiça, jogaria-o do outro lado do quarto, na parede se possível, para evitar que ele continuasse tocando. Depois, com certa dificuldade, lembrei que paguei caro nele e me conformo em apenas desligar o despertador.
"Que vontade de continuar deitado", penso entre um bocejo e um espreguiço!
Me rendo à vontade e continuo na cama mais um pouco, cochilando acordado, querendo ficar deitado mas com remorso de atrasar as tarefas do meu dia.
"Ah, fala sério... não posso dormir até tarde nem na minha semana de folga?" - penso um tanto indignado.
As várias mensagens que começam a chegar atestam que NEM na folga posso dormir até mais tarde. Rio gostosamente, esfrego os olhos e levanto.
Habitos de todas as manhãs se seguem assim que levanto: oração sincera à Deus (hoje chorei uma amargura que não consegui resolver ainda); promessa de que vou arrumar meu quarto, principalmente a escrivaninha essa semana (espero sinceramente conseguir cumpri-la essa semana); escovar os dentes, evitando olhar o cabelo que também prometo ir cortar, mas nunca encontro tempo (hoje eu vou...); por o leite para esquentar, colocar a dose exata de café na MINHA caneca azul (desculpem, sou meio possessivo com todas as minhas canecas), preparar um misto de queijo (digo misto por ter dois tipos de queijo, rs)... tudo aparentemente normal.
Mas ainda estava perdido em mim. Como bom psicólogo, acredito posso dizer "emocionalmente abalado". Não gosto de me sentir assim... me sinto frágil. Sei que não é ruim ser frágil, mas gostaria de ter alguém para me proteger nesses momentos! É aí que a solidão aperta e que relembro as promessas feitas e nunca cumpridas e outras tantas que tenho medo não se cumpram.
- Seu café vai esfriar - repreende carinhosamente minha mãe, ao ver que estou parado, com o café à minha frente, divagando...
- Ah, tá... - é o que consigo dizer (pelo menos acho que disse isso)
Ela passa por mim, com as roupas para lavar, afaga minha cabeça, e vai para o terreiro.
"Meu café vai esfriar...", disse minha mãe. Profecia ou banalidade? Como saber! Tenho medo que esfrie (tanto o café, quanto o coração)... é melhor tomá-lo rápido (assim como encontrar-te depressa)...
Mas meu pensamento continua subindo com a fumacinha do calor do Café com Leite que preparei para mim e que, agora, não estou nem um pouco interessado em tomar... prefiro outro calor!
(outro diário explicito... rsrsrsrs)
Comentários
XEROO NO CORAÇÃO VISSE
http://cywmara.blogspot.com
O teu texto está tão querido, as mães têm o cuidado de se preocuparem com o mais banal que nos pode atingir, porem no nosso mundo estamos longe de tudo a pensar em coisas bem diferentes que nem elas sonham o que é!
Adorei! (:
abraços!!!