Ao som de "Fallen", Sarah McLachlan
Abraço as pernas, em cima da poltrona da sala, envolvido no edredon e contemplo o vazio que me completa... é como se o frio ambiente externasse tudo quanto sinto. Engraçado como a leitura não me distrai mais.
Não se preocupe... um pequeno solzinho está lá dentro, aquecendo meu coração, eu acho. Queria que ele se fizesse mais forte, como se fosse um dia de verão, em pleno Rio de Janeiro! Aiai... me vem Fernanda Abreu à mente: "Purgatório da beleza e do caos"...
O que será preciso purgar? Onde a beleza no caos da solidão? Quero os 40° de um desejo ardente... quero os delirantes 40 graus de um amor eminentemente verdadeiro e exclusivamente MEU! Se for pra dividir com outros, prefiro ficar só!
Mas ainda não é verão; é inverno. E ainda não há amor, nem amor de verão - daqueles que chegam como a chuva, são fortes e fazem marcas, mas naturalmente passam e não deixam tristeza, apenas boas lembranças - há a solidão e a espera...
Nem dor, nem alegria, apenas espera! Será?
Nessa espera fico me perguntando quando foi a última vez que me acompanharam pela felicidade, mas a dor me faz duvidar se um dia já estive acompanhado! Muitas promessas, muitas falhas...
E enquanto a sensação de frio aumenta, me delicio com o arrepio da lembrança boa que resolveu aparecer, busco, fragilmente, aquele cachecol azul de sempre, com as mesmas meias grossas dos tempos de inverno, pois o que é bom dura para sempre!
(só me falta o abraço apertado, misturado ao cheiro de chocolate quente que acabei de preparar pra mim)
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