Ao som de "Por que eu te amo", Anavitória
Ninguém nunca me disse "eu te amo".
Sei que é uma afirmação aparentemente injusta, já que alguns amigos já me disseram isso várias vezes ao longo da vida. Mas é diferente...
Não que eu desconsidere o amor del@s; não é isso! Está mais para o desejo-necessidade de saber se um dia vou ouvir isso de alguém com quem estou amorosamente conectado.
Sei que um "eu te amo" pode ser uma frase dita sem sentimento real e sem intenção, por quaisquer lábios que apenas tentam me ludibriar. Mas quem disse que às vezes eu também não quero ser meio enganado? Sou adulto o suficiente para me deixar enganar e viver os benefícios disso...
Relacionamento após relacionamento, nenhum nunca acreditou que eu merecesse ouvir um "Eu te amo". E não consigo deixar evidente como dói essa constatação.
Nenhum entendeu que eu merecesse essa alcunha e menos ainda acreditou ser significativo que essas palavras ganhassem a eternidade através de suas bocas e permitisse que a vida gravasse "nas telas da memória" que atravessa o tempo e o espaço a grandeza e intensidade dessa declaração piegas e muito desejada.
Nos momentos de carência e tristeza, como agora, me pergunto se serei realmente indigno dessa frase? Será que por ser indigno, opto inconscientemente por me relacionar sempre com aqueles que não dispõe a dá-las a mim de forma gratuita?
"Eu te amo"... já fantasiei várias vezes ouvir essa frase, nas diversas vozes que compuseram meus relacionamentos, e até hoje não entendo o que impediu que elas fossem proferidas.
E apesar de esse lamento vir tanto tempo depois de tantos relacionamentos, sigo sofregamente na esperança de que algum dia serei agraciado por tais palavras, ditas de forma honesta e intencional.
Infelizmente, enquanto não posso ser considerado o amor de ninguém, sigo, mas com uma esperança moribunda e uma realidade pesada demais para meus ombros já cansados de sustentar a ignomínia.
(diário e sentimento explícitos... ainda sem saber o que fazer com essa realidade)
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