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Mostrando postagens de julho, 2010

Cansei

Estou farto de ter que acordar pela manhã querendo continuar na cama e não poder. Estou farto de ter que colocar no rosto o meu melhor sorriso e dizer que está tudo bem quando na verdade quero é sumir do mundo. Estou farto de ter que ser otimista para um bando que não conseguem ver nada além do pessimismo que lhes sobeja o psiquismo. Estou farto de ter que ser o responsável em tudo quando todos os outros se permitem e são irresponsáveis e não são julgados, condenados ou mesmo repreendidos. Por que eu, afinal de contas? Sou não bom assim? Sou tão mau assim? Existe apenas eu no mundo pra que tudo aconteça e onde todos se ancorem? Quem me designou como âncora de salvação? Não quero a missão de Jesus pra mim e, se bem me lembro, Ele mesmo não veio salvar, mas ensinar o caminho... então, que cada um deixe de preguiça e comece a caminhar, porque eu vou por mim! Sei que soa ruim para quem lê (acredite, soa ruim pra mim que escreve também), mas uma hora a gente cansa de se fazer de cavalo &quo

Não é danoninho, é Chambinho...

Quando vi a primeira vez, achei que fosse uma menininha! Talvez pelo tamanho (baixinha...), Talvez pelo rosto de bonequinha... Talvez pelo sorriso alegre, Talvez pela meiguisse sincera... Quando vi a segunda vez, percebi que era uma mulherzinha! Talvez pelo tamanho de sua inteligência, Talvez pela profundidade de sua alma... Talvez pela diligência do seu conhecimento, Talvez pela imponência do seu olhar... E continuei a olhar e percebi, a tempo Que não era apenas uma menininha Nem tão pouco apenas uma mulherzinha Era tudo quanto ela se permitia Tudo quanto todos gostariam (será que isso é bom?) Essa menina-mulher que vi tantas outras vezes E que a amizade brindou num encontro real Trouxe para minha vida um toque especial Uma expressão intrigante e intensa, sem perder a leveza É o misto perfeito da docilidade e da firmeza A junção singular da moldagem e da modelagem O intento sutil do sorriso e da lágrima A unicidade dentro do plural que é a minha, a sua e a vida do mundo todo! "On

O luto

O luto é um fenômeno estranho, De saudade e despedida ao mesmo tempo... E quanto mais se vivencia esse momento, Mais acumulada a saudade vai sendo... Mais lembranças trazidas à tona (boas e ruins), Mais queremos que a pessoa à nossa frente fique aqui, num mundo que não é verdadeiramente o nosso, Mais duvidamos, em quase todos os casos, da sabedoria de Deus... O luto é um fenômeno estranho, De entrega e trauma ao mesmo tempo... E quanto mais se espera que o tempo passe, Menos ele parece que corre... É porque o tempo (ou a sua percepção) é sábio, Dá aquilo de que precisamos, E por mais que o peito doa e arda, É na lentidão da dose homeopática que as cicatrizes virão! O luto é um fenômeno necessário, Para que a dor e a saudade sejam amenizadas... E por mais que jamais sejam transformadas, Com certeza serão suportadas... (recentemente para meu primo, mas para todos aqueles que figuram meu coração e já estão na pátria espiritual... que Deus os ilumine sempre)

Saudade

Tem dias em que acordo com um sentimento nostálgico oprimindo meu peito Poucas vezes não consigo identificar que sentimento é... Quase todas as vezes percebo que é a saudade a me levar à um passado que já não pode voltar! As lembranças de ser criança... As descobertar do viver... Os desejos não realizados... Os desejos que não deveriam ter sido realizados... Os desejos bem realizados... Os brinquedos, os doces, os segredos (e que segredos)... As brincadeiras, os namoros, os encontros (e que encontros)... Os programas de tv e da vida real que se fusionam nas inúmeras emoções que coexistem dentro de mim... E quanto mais eu lembro, mais o coração aperta E o corpo reagem à uma sensação desejosa de continuar a sentir isso, Mas que a razão repele firmemente pra que eu não me prenda ao passado! E junto com o sorriso vem a lágrima... Junto com a emoção vem a repulsão... Paralelo ao brilho dos olhos vem o soluço doído e profundo... Cores, cheiros, brilhos e rostos giram na memória... A mente se

Criando um espetáculo

Pensa um tema, agora um nome; Procura música, muitas, muitas músicas; Cria passos, mesmo que apenas na sua cabeça; Utiliza muitos já inventados, pega emprestado... Escuta todas as músicas procuradas até achar a que combina com o tema; Esquece diversos temas porque achou a música perfeita mas que não combina com nada; Casa diversas músicas num pout-pourri estranho, mas que fica lindo; Tenta adequar o diversos passos que pensou com a música que inventou... Pensa no figurino perfeito, Na luz perfeita, Com aqueles passos bem desenhados com o corpo, Com aquela música alta e bem envolvente... Percebe que na sua imaginação nada pode dar errado, E quando começa os ensaios Entende que vai dar mais trabalho chegar à perfeição do que se imagina! Mas qual bailarino/coreógrafo que não gosta desse desafio, principalmente quando todos os músculos doem? (para o espetáculo do Grupo de Dança Iluminar, "Idas e Vindas" )

Dor e satisfação

Quando: os músculos doem... as pernas enrigessem... os braços queimam... o suor pinga... o peito arfa... o pensamente desanuvia... a lingua deseja... o olhar fixa... o rosto se contrai num misto de dor e prazer... fico extremamente feliz! Sinal de que estou trabalhando, que estou saudável e que meu corpo vai ficar massa... rsrsrs!!! (aposto que pensaram em outra coisa, rsrsrsrsrs...)

Depois de tanto tempo... reencontro (parte I)

Uma mesinha, quatro cadeirinhas Uma, em meio a tantas outras mesinhas e cadeirinhas Um momento em meio a tantos significativos (talvez esse foi dos mais pra mim...) Uma história, quatro amigos... Um, moreno como o chocolate, aquele ao leite, gostoso por si só Um, um tanto amarelo, como o ouro a espargir a alegria que lhe sobejava Um, braquinho, como o leite a nutrir a vida ao redor Um, a mistura perfeita de todos, acredito que o elo construtor Os quatro eram grandes amigos, cada um na sua maneira de viver Os quatro tinham sonhos, desejos e a vontade de ser Dos quatro, dois eram muito amigos Nas brincadeiras e atividades nunca se separavam As pessoas e o próprio sorriso Nessa amizade sempre acreditavam Mas um dia a vida os separou (por muitos motivos) Cada um foi para um canto (para muitos cantos, longe...) E sem que percebecem, no entanto Que uma cisão os levaria ao pranto O tempo porém não para A vida segue sua estrada Os quatro amigos cresceram (será que hoje ainda podem ser chamados

Deixando a emoção me levar I

São nos momentos que menos esperamos que os Espíritos Superiores, que nos amam e cuidam, se dignam a mandar um sinal de seu intenso afeto e nos faz repensar o passado e o presente para a cosntrução de um futuro cada vez melhor. Isso aconteceu hoje, pela manhã, na casa espírita, quando num encontro que aparentemente era simples e de praxi, sobre Evangelização, as forças do universo se movimentaram e me tocaram profundamente a alma, fazendo com que lágrimas sinceras vertecem do fundo do coração para os olhos, mesmo jovens, já cansados da dor e do mal. Primeiro, no momento de regar as plantas na porta da casa espírita, um incomodo soprou em minha mente: "você continua brigado com seu irmão..."; como se fosse um mosquito muito do chato, abanei para que o pensamento fosse embora. Era um pensamento recorrente que, por maior minha insistência em afastá-lo, mais ele se aproximava. Nesse instante os companheiros que fariam a facilitação ao tema chegaram. "Graças a Deus!", pe

Inocência

Andarilho viajante dos meus pensamentos Absorto em mim à preferência de observação inútil pela rua Vi, sob o clarão da lua Um olhar atrair minha atenção Poderoso turbilhão na multidão Como uma chuva de estrelas cintilantes Esse olhar fez-se dilacerante Estraçalhou tudo quanto um dia eu fui... E, sem dó ou piedade, partiu Com um sorriso enviesado, virou a esquina E correndo atrás desse doce enigma Me vi perdido numa rua bem conhecida (paixão?)... E fiquei a olhar o vazio, Que estranhamente já não era sofrido Porque da solidão que provavelmente teria sentido Ficou a lembrança de um olhar divino Mas a realidade é esmagadora frigida Fere e marca com "ferro e sombra" Me lembrou de uma estrada longa De espera e procura rigida E entre a dor e a ilusão que partiu Prefiro ficar assim por enquanto, Sem mim, sem fôlego e sem o olhar que quero tanto Contemplando as estrelas na memória em recanto Ainda hoje lembro do episódio, como cena gravada na retina Um olhar de inocência pequenina Es

Corpo

Um delírio insano percorre a pele, metamorfoseada em forma de arrepio febril O desejo esparge pelo ar o virus letal da necessidade de outro corpo Junto, colado, embebido do seu... Unificado na plenitude do cosmo Substancializado naquilo que já foi apenas eu ! Um calor doentil percorre os pelos, ardendo causticamente as células meretrizes E o toque, mesmo uma gota no deserto, tem mais que mil conotações nos sentidos Que enlouquecem, aguçam-se mutuamente... Dilaceram os pensamentos pueris Aprimoram os intentos sutis! A razão perde-se nas sensações, famigerada pelo querer insaciável do toque E do beijo, e do abraço, e do perfume, e do suor... E assim deixa de ser razão e passa a ser desafio De controlar os impulsos pecaminosos... De santificar as atitudes desejosas... De eternizar o prazer esplendoroso e deixa voar Numa suprema e insofismável entrega! (para um momento de desejo aparentemente incontrolável...)

Punhal sangra coração

Nos idos da Espanha ocidental, Num período não tão distante do presente Um conto trágico teve início, Com alegria, amor, choro e suplício. Era tourada na arena principal da cidade, Que em si era bela e excitante As protagonistas, no dia fatídico, eram Um toureiro valente e um touro galante. Numa luta de vida ou morte, Onde era impossível dizer o futuro Touro e toureiro se enfrentavam, Na luta víscera de um amor profundo. Um lutava pela vida, O outro pela glória... Um lutava pela cria, O outro pela vitória... A platéia estava dividida, No espetáculo que ficaria na memória Toureiro valente e touro galante faziam De tudo para ficar na história. Enquanto eles se atracavam, Numa luta de gingas e investidas A multidão se adensava, Gritava, assoviava e aplaudia. O tempo ia passando A empolgação foi diminuindo com as corridas, E no momento em que um deles cansou, A multidão deu a disputa por finda Um único golpe precisava ser desferido Forte e certeiro no coração oponente As glórias, os glamou

Poema de desligamento

Nada na vida dura para sempre E a certeza dessa verdade é o que acalenta meu coração! Nada no mundo vive eternamente Nem pedra, nem amor, nem emoção... Nada da vida permanece inalteravel E a beleza dessa frase não espanta o meu remorso! Nada no mundo se estende inabalável Nem razão, nem empolgação, nem esforço... Nada com a vida deixa de ter sentido Mesmo que este perca um pouco do seu visso! Nada com o mundo deixa de ser uma escola Nem os desejos, nem os carinhos, nem aquilo ou isso... Nada pela vida deve ser uma prisão Mesmo que os grilhões tenham o nome de amor! Nada pelo mundo precisa das correntes da dor Nem os corpos, nem os sentidos, nem os "alôs"... E mesmo com os amores, as dores, os aprendizados e a efemeridade do sentimento (de ambos), Eu preciso continuar Na vida, pela vida... e no mundo e para o mundo! Porque da vida e do mundo eu espero o que tenho e muito mais E o que me falta e não consegui agora, Sei que o tempo fará o fazer de trazer pra mim (como sempre) E

Finalmente, coisas incomuns...

O vai e vem do tempo, Comunicado que está com o mundo, Intricado que está com a vida, Enredado que está com o universo, Plenificado que está com Deus, Traz novamente do breu coisas comuns... Que acalentam a emoção, o sentimento e a razão! Envolvem e enriquecem o coração! O vai e ve do tempo, Sancionado que está pela razão, Emulsionado que está pelo tesão, Fragmentado que está pela emoção, Divinizado que está pela respiração, Traz da luz, finalmente, as diferenças... Que apimentam a inspiração! Abalam as estruturas, excitam a criação! O vai e vem do tempo, No ir e vir, No fazer e querer, No ser e não ser, No ter e deixar de ter, Misturam o comum e incomum... Criam uma nova maneira! Apresentam uma outra idéia! E incrivelmente dá certo no descobrir e redescrobrir a relação... Instigam e provocam mais o desejo, o querer e o fazer acontecer! (pra você que tem coisas incomuns comigo)

Afinidade

Ontem me deparei com uma pessoa de quem não gosto (e incrivelmente me surpreendi em perceber e aceitar que não gosto dela) e, no incomodo característico das almas que questionam a si mesmas e tentam se descobrir numa autoanálise, queria, por tudo na vida, entender esse processo de gostar e não gostar de alguém que, em tese, não tem nada a ver com minha vida. A principio, novamente me doendo profundamente, constatei que a pessoa em si tinha diversas qualidades das quais eu sou desprovido ou que tenho em menor escala; imediatamente comecei a repassar todas as minhas qualidades, principalmente aquelas que ilusoriamente acreditava que a pessoa em questão não teria (não podia me autoflagelar assim sem um curativo ou remédio consciencial para amenizar a dor). Em seguida (e talvez essa seja a tarefa mais difícil) passei a me perguntar por que não gostava dessa pessoa. Ora, eu nunca convivi verdadeiramente com ela e os contatos que tive foram em momentos de euforia, aos quais todos estamos suj

Você é substituível?

Tenho plena certeza que você já leu ou ouviu a frase "Ninguém é insubstituível"! Se acaso não, tenho o desprazer de aprensentá-la à sua lista das mais abomináveis mentiras do mundo... Infelizmente tornou-se comum na atualidade, a divulgação desta frase-mentira nas redes de comunicação social, nos lugares de aglomeração das massas, nas religiões e doutrinas filosóficas. Será isso um complô? Um surto em massa? Será uma confusão generalizada? Aparentemente não. Acredito que seja uma nova forma de tortura nunca antes pensada desde a idade média ou o período da china ditatorial; parece uma nova doença social, um vírus poderoso, um anticristo indesejável, uma forma de alienação do self , profundo e destruidor, que se instaura no ser a partir dos alicerces da falta de amor próprio, da falta de respeito mútuo, da discórdia de opiniões, do melindre, da falsa modéstia, da hipocrisia, da omissão, do orgulho e do egoísmo, fixados pelo cimento dos maus-tratos, da auto-flagelação (fis

Refriado

Tosse, tosse, tosse... escarra e cospe... Credo, que nojo! Ai, que raiva! tosse, tosse, tosse... respira e volta a tossir! A cada tosse o peito arde (nem com paixão ele faz assim) A cada folego o coração bombeia forte (nem com beijo fica assim) A cada escarro a garganta aperta (nem o choro deixa assim) Nova crise de tosse, nova sensação de exaustão Nova falta de ar, nova vontade de sumir Nova dor de cabeça, a febre não para de aumentar Tosse, tosse, tosse... escarra e cospe... Ai, que dor! Arrrrrrr que horror! tosse, tosse, tosse... respira e volta a tossir! As pessoas se afastando As lágrimas escorrendo A pilha de lenços de papel aumentando no cesto (e dalhe nova crise de tosse, até na hora de escrever...) Tosse, tosse, tosse... escarra e cospe... Eita rouquidão danada! Ai, coriza chata! tosse, tosse, tosse... respira e volta a tossir! Mas o resfriado tem suas coisas boas A mãe se achega; afaga e traz broa (minha quitanda preferida feita por ela) O trabalho fica pra depois, quando ach