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Corpo


Um delírio insano percorre a pele, metamorfoseada em forma de arrepio febril
O desejo esparge pelo ar o virus letal da necessidade de outro corpo
Junto, colado, embebido do seu...
Unificado na plenitude do cosmo
Substancializado naquilo que já foi apenas eu!

Um calor doentil percorre os pelos, ardendo causticamente as células meretrizes
E o toque, mesmo uma gota no deserto, tem mais que mil conotações nos sentidos
Que enlouquecem, aguçam-se mutuamente...
Dilaceram os pensamentos pueris
Aprimoram os intentos sutis!

A razão perde-se nas sensações, famigerada pelo querer insaciável do toque
E do beijo, e do abraço, e do perfume, e do suor...
E assim deixa de ser razão e passa a ser desafio
De controlar os impulsos pecaminosos...
De santificar as atitudes desejosas...
De eternizar o prazer esplendoroso e deixa voar
Numa suprema e insofismável entrega!


(para um momento de desejo aparentemente incontrolável...)

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