Ao som de "Rien n'est vraiment fini", Céline Dion
Durante muito tempo não escrevi aqui, seja por uma leve (grande) preguiça que me dominava, seja pela desnecessidade de trazer o que se passava em minh'alma, visto que preferi elaborar meus sentimentos e vazios de maneira diferente da palavra escrita que legava a este espaço.
Mas hoje volto para retomar um lugar que é tão meu e onde me sinto aceito como sou e estou.
Parecem estranhas certas necessidades que colocamos para nós: o sentir-se aceito, sentir-se amado, sentir-se desejado e as vezes sentir-se, inclusive, um pouco como não se é - esta última acredito sinceramente que seja para fazer um equilíbrio e verificar se "quem se é" ainda é bom o suficiente para ser mantido..
Essas necessidades tão inerentes e construídas (na mesma intensidade) as vezes me consomem; não seria justo dizer que não percebo atitudes de amor e carinho, bem como seria hipocrisia afirmar que sempre aceito o que me é dado do jeito que vem... é uma linha tênue entre um e outro e não estou disposto a entender o limite entre uma esfera e outra.
Apenas (e na minha visão egoísta de agora) gostaria de ser valorizado... ser lido com olhos de compreensão, ouvido com ouvidos de atenção, falado com boca de valorização e tocado com mãos de consolação, para aplacar as inseguranças e vazios que me dominam.
Mas desconheço quem faça isso nos dias de hoje... os que compartilham os momentos comigo mal conseguem esgueirar-se de seus egocentrismos e inseguranças para dizer o que sentem e querem de verdade (quem dirá para dizer que me amam - se é que sentem por mim tal sentimento).
Percebo que não posso esperar de outros o colo semelhante ao de minha mãe e de meu pai, do mesmo modo que não posso esperar o cuidado como do anjo que me vela todas as noites.
Posso apenas esperar ser merecedor, um dia, de tais mimos.
E, até lá, vou colocando-me em meu lugar de insignificância, aceitando (quase) calado as ferroadas que aparentemente preciso levar e calejar o corpo-sentimento para o porvir.
(sentimento explícito, depois de muito tempo...)
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