Ao som de "It's time", Imagine Dragons (Glee version)
As vezes a solidão bate mais forte. E ai eu choro.
Sem ninguém com quem conversar, ninguém para simplesmente olhar nos meus olhos e dizer que ficará tudo bem, fica simplesmente difícil acreditar que fiz uma boa escolha vindo para cá! É tanta gente preocupada consigo mesma... e eu estou tão sozinho.
Meus irmãos aqui são um alento, mesmo que a maior parte do tempo estão preocupados com eles mesmos... não os culpo! Depois de tantos anos sem um contato direto e constante comigo, é um redescobrir a relação familiar; e por minha vez tento não ficar no caminho das vidas deles, pois não seria justo. Mas e quando eu precisar de um abraço ou simplesmente um olhar? O que faço?
Sei que deveria ser forte, afinal foi minha escolha. Mas será que alguém entende todas as renúncias que fiz para chegar até aqui? Não tenho mais meu amuleto para me tirar do estado de desespero; agora é "eu por mim mesmo".
Para mim é simplesmente difícil estar aqui! Não que as oportunidades não sejam incríveis e cada dia não me desafie a me tornar um pouco melhor do que já fui... estou aprendendo muito longe dos meus pais, dos meus outros irmãos, dos meus melhores amigos, de muitas pessoas e situações que me confortavam e me deixavam plenamente feliz! Mas... dói...
Não quero ir embora... isso não! Apenas gostaria que essa sensação de solidão e vazio fossem embora e, no lugar, eu fosse preenchido pela alegria que possuía antes.
Chegar ao topo é mais complexo que eu imaginava nas minhas deliciosas fantasias juvenis e, como adulto, sinto o peso da idade e o tempo que passa sem que eu tenha conquistado muita coisa... nem dinheiro, nem sucesso, nem alegria... talvez amor, mas este também está difícil pela distância...
Ah, a distância, essa vilã!
Parece que tudo se resume a ela, que separa corações e felicidades de mim.
Que te fiz, arma maldita da vontade, para que me dardejasse com tanta força, sem que eu pudesse ao menos proteger-me minimamente?
...
Tenho saudades de casa.
Saudades de acordar com o cheiro do café na cozinha, feito pela minha mãe; meus cachorrinhos fazendo algazarra quando me viam; meu pai com sua carranca matinal me abençoando o dia; minha irmã com sua divertidíssima dificuldades de acordar; meu irmão com seus monossílabos de início de dia!
Tenho saudade das conversas com o Breniquito, até tarde da noite, no portão de casa; das aulas de ballet no Studio da Ju, dos conselhos que ela me dava em relação ao meu coração sempre a procura de um dono; tenho saudade das peraltices das meninas nos ensaios, sempre com uma piada besta que me fazia rir pela idiotice que era...
Sinto saudade de sentar no banco da praça da Lagoa, sentindo o vento bater em meu rosto enquanto eu lia um romance qualquer. Sinto falta das atividades intermináveis da casa espírita, que me tornavam um homem melhor.
...
Sinto saudades de uma vida que já não é mais minha, pois que mesmo voltando, nunca será como antes. Sei disso pelas poucas visitas que faço à minha terra...
Sinto faltas de um Éverton que já não existe e que está morrendo de medo de se tornar o "Novo Éverton", que possui muito do passado, mas abriu a vida para o futuro e não está aceitando muito o que vê.
Sinto falta... mesmo sabendo que a jornada é solitária!
Apenas podia doer menos, né?
(depois de tanto chorar, recomeçando a escalada para o topo)
Comentários
Abraços,
Coisas da vida
Força e Felecidades :)
Lindas palavras...uma forma encantada de descrever a saudade, nas suas varias formas...Também sinto saudades de casa...
Abraços com carinho...
P.S.Estive distante por um tempo do mundo blog, mas agora estou de volta...