Sou cria do interior de Minas Gerais e desde pequeno aprendi duas coisas: ser discreto e sempre guardar uma roupa nova para sair.
Agora que sou mais velho, percebi que é simplesmente complicado ser mineiro, pois é uma junção de vários comportamentos naturais ligados a tantos outros aprendidos e bem assimilados (e dissimulados também) e diversos outros reativos. Mas este é um assunto para outro post.
Voltando... agora que sou mais velho mantenho, até certo ponto, ambos os conselhos que me foram passados.
Acredito que sou discreto (mesmo tendo certeza que o Brenikito falaria o contrário), ficando quietinho grande parte das vezes, tentando não chamar atenção. Inclusive, sendo eu TÃO consciente de que Deus não erra NUNCA, chegaria a duvidar de Sua inteligencia pela altura que me deu, sendo eu alguém que quer ser invisível a maior parte do tempo (aposto que Brenikito vai duvidar disso também).
Também aprendi a deixar sempre uma roupa para sair (entenda "ocasiões especiais"), pois segundo mamãe, estar bem aparentado é importante.
Acredito que sou discreto (mesmo tendo certeza que o Brenikito falaria o contrário), ficando quietinho grande parte das vezes, tentando não chamar atenção. Inclusive, sendo eu TÃO consciente de que Deus não erra NUNCA, chegaria a duvidar de Sua inteligencia pela altura que me deu, sendo eu alguém que quer ser invisível a maior parte do tempo (aposto que Brenikito vai duvidar disso também).
Também aprendi a deixar sempre uma roupa para sair (entenda "ocasiões especiais"), pois segundo mamãe, estar bem aparentado é importante.
Mas felizmente há as exceções!
Existem AQUELES momentos em que não quero ser nem um pouco discreto. Quero que prestem atenção em mim, que tenham alguma reação, qualquer que seja. Da mesma maneira que surgem momentos em que me arrumo só pra ir comprar a ração dos meus dogs.
Ainda desejo que aconteça o momento em que vou para uma ocasião especial com pijama (meu short surrado e minha camiseta larga)! #sonho
É uma construção emocional estranha ser um adulto mineiro, numa capital que mais parece um interior crescido que um centro real de desenvolvimento.
As pessoas aqui são quase sempre frias como na maioria das capitais, acrescidas da desconfiança natural dos mineiros, unida à dinâmica de comentar sobre o fazer do outro, quiném no interior, juntado à mentalidade fechada mascarada com palavras rebuscadas para dar um ar de novidade.
Aí eu pergunto: como lidar com isso?
Lembro com nitidez a primeira vez que tentei ficar (daquele jeito) com alguém aqui em BH. Tinha alguns meses de minha chegada à essas paragens e haviam poucas semanas de um término doloroso. Não estava tão afim assim de sair, mas aceitei a dica de um amigo que disse que eu só choraria pelo tempo que eu quisesse.
Enfim, depois do terceiro encontro, quando já estávamos quase nos finalmentes, fui tirando a roupa e simplesmente ouvi: "você vai tirar a meia para subir na cama?"
Imagina a minha confusão na hora: excitação ATÉ a estratosfera, desejo incontrolado, tentando me situar do local em que estava de fato e ter que pensar porque RAIOS eu deveria ficar de meia naquele momento...
Aparentemente o fato de eu não ter compreendido a pergunta fez com que a noite de delícias não acontecesse, já que meu par foi embora alguns minutos depois com a PIOR desculpa da vida ("lembrei que não vou poder demorar muito... mas eu te ligo, ok?!")
Muitas semanas de elaboração, construções fantasiosas e autodepreciações se seguiram àquela noite. O que diabos eu tinha feito? Eu até estava usando meias novas, para não ter perigo de ser uma das furadas na lateral que eu tanto gosto!
Nem um diálogo/ briga mental eu consegui produzir, tamanha surpresa eu senti.
Graças a Deus o tempo passa, outras experiências desconstroem as anteriores e a gente amadurece.
Relembrando o fato ao longo dos anos e percebendo meus próprios hábitos, comecei a acreditar que todo o desenrolar do drama se deu por diferenças de construção sócio-histórico-familiares, em que os hábitos de uns são tão diferentes de outros que impedem a continuação de qualquer contexto do momento, inclusive o sexo! :( #hámalesquevemprabem
O fato se repetiu algumas vezes, em diferentes contextos (cor da cueca, calça usada, odor do perfume, música que gosto, etc...) e todas não só me faziam lembrar da primeira vez, como também da importância de eu ME valorizar frente ao desejo e postura do outro, já que as "meias novas" passaram a ser destinadas apenas para quem me aceitava por quem eu era de fato!
(diário explícito... muito bom finalmente falar sobre isso!).
Ainda desejo que aconteça o momento em que vou para uma ocasião especial com pijama (meu short surrado e minha camiseta larga)! #sonho
É uma construção emocional estranha ser um adulto mineiro, numa capital que mais parece um interior crescido que um centro real de desenvolvimento.
As pessoas aqui são quase sempre frias como na maioria das capitais, acrescidas da desconfiança natural dos mineiros, unida à dinâmica de comentar sobre o fazer do outro, quiném no interior, juntado à mentalidade fechada mascarada com palavras rebuscadas para dar um ar de novidade.
Aí eu pergunto: como lidar com isso?
Lembro com nitidez a primeira vez que tentei ficar (daquele jeito) com alguém aqui em BH. Tinha alguns meses de minha chegada à essas paragens e haviam poucas semanas de um término doloroso. Não estava tão afim assim de sair, mas aceitei a dica de um amigo que disse que eu só choraria pelo tempo que eu quisesse.
Enfim, depois do terceiro encontro, quando já estávamos quase nos finalmentes, fui tirando a roupa e simplesmente ouvi: "você vai tirar a meia para subir na cama?"
Imagina a minha confusão na hora: excitação ATÉ a estratosfera, desejo incontrolado, tentando me situar do local em que estava de fato e ter que pensar porque RAIOS eu deveria ficar de meia naquele momento...
Aparentemente o fato de eu não ter compreendido a pergunta fez com que a noite de delícias não acontecesse, já que meu par foi embora alguns minutos depois com a PIOR desculpa da vida ("lembrei que não vou poder demorar muito... mas eu te ligo, ok?!")
Muitas semanas de elaboração, construções fantasiosas e autodepreciações se seguiram àquela noite. O que diabos eu tinha feito? Eu até estava usando meias novas, para não ter perigo de ser uma das furadas na lateral que eu tanto gosto!
Nem um diálogo/ briga mental eu consegui produzir, tamanha surpresa eu senti.
Graças a Deus o tempo passa, outras experiências desconstroem as anteriores e a gente amadurece.
Relembrando o fato ao longo dos anos e percebendo meus próprios hábitos, comecei a acreditar que todo o desenrolar do drama se deu por diferenças de construção sócio-histórico-familiares, em que os hábitos de uns são tão diferentes de outros que impedem a continuação de qualquer contexto do momento, inclusive o sexo! :( #hámalesquevemprabem
O fato se repetiu algumas vezes, em diferentes contextos (cor da cueca, calça usada, odor do perfume, música que gosto, etc...) e todas não só me faziam lembrar da primeira vez, como também da importância de eu ME valorizar frente ao desejo e postura do outro, já que as "meias novas" passaram a ser destinadas apenas para quem me aceitava por quem eu era de fato!
(diário explícito... muito bom finalmente falar sobre isso!).
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