Ao som de "A house is not a home", Dionne Warwick
O cobertor estava no chão quando acordei. A temperatura arrepiava minha pele e meu pensamento voltava em torvelinhos para a consciência de mim.
Meu olhar esboçava a tristeza que assomava minh'alma e meu corpo se deixa ficar languidamente na cama desconfortavelmente vazia de sentimentos.
Nem tudo o que penso traz carinho e afeto para meu colchão; nem tudo quanto desejo conquisto com a respiração, nem a calma, às vezes!
Não quero esse frio da carência que me arrebata o sorriso. Não quero a distância dos que amo por tempo indeterminado.
Será que meus olhos fundos não são suficientes para mostrar meu grito mudo de socorro?
Quero colo de mãe, carinho de pai, afago de irmão, beijo de um amor ardente...
Quero a compreensão de amigo, o auxílio de mestre, a firmeza do sábio...
Na impossibilidade desse desejo, faço um casulo de cobertores para aplacar minha carência de abraços e me dou um afago de travesseiro para diminuir meu desejo de um beijo no rosto... Talvez quando voltar a acordar, eu esteja melhor!
(um momento de solidão em meio à multidão... alguém me dá um abraço?)
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