Quando meus olhos fitam o horizonte e o poente vermelho começa a fazer parte de minha'alma, sei que o frio está chegando. Um frio não incomum, um frio não incomodo... mas ainda assim um frio estranho para mim que deseja tanto o calor. Por muito tempo vivi no frio... não o quero mais! Mas como se o acaso, que não existe mas faz parte da minha escrita, contrariasse meu desejo, junto com a escuridão própria que me consome trazendo o frio, um vento cortante sopra de todos os lados... forte, fraco, brisa, furacão (esse último com mais frequência), não importa a intensidade, são sempre cortantes. Esses cortes fazem sangrar meu peito... não, bem mais, meu coração, intima e fielmente ligado à minha alma e, pouco a pouco passo do frio da noite de minh'alma para o frio da secura que me ronda, por si já torturante o bastante para querer o nada... E goteja meu ser vagarosamente anulando o que sou e quero ser, uma morte de mim incompreendida, num fatidico dia de sol e luz, paradoxalment...