O frio me traz uma sensação diferente,
Um refúgio inexplicável, uma atração entorpecente...
Doce imparidade de olhar transigente,
Ora superada, ora elude falha!
O frio me diz de uma emoção que me deixa descontente,
Um medo incontrolável, uma força envolvente...
Feia cicatriz vaporável de sorriso embotado,
Ora exasperado, ora reticente!
O frio me convoca a um desejo ardente,
Uma ilusão inalienável, uma verdade incoerente...
Intrigante peça de decoração de um coração amante,
Ora copioso pranto, ora gargalhada estridente!
O frio simplesmente traz,
Talvez uma prece, um beijo, uma canção...
E na dúvida (e ligeira incapacidade de expressão) do que ele me traz usualmente,
Fico com o medo, a cicatriz, a ilusão e o desejo ardente, geralmente!
(para falar do meu inverno)
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